2.4.15

Hoje perguntei-me a mim mesma o que queria. Estava a ver antigas fotografias do mar e todas elas me davam a sensação de querer mas de não conseguir e eu perguntei-me se realmente era isso que eu queria: querer mas não conseguir. Eu não estou bem. Volto sempre a este ponto inútil de partida que me dá dor e sufoca mas não é suficiente para faltar o ar mas deixa-me neste semi-coma, semi-nada. O calor daqueles dias, mesmo no Inverno, é o que eu sinto em cada brilho do mar. Parece que se fechar os olhos, sinto-te. Se continuar a imaginar-te, parece que te sinto mais do que fisicamente conseguiria sentir. É estranho, não é? Sinto-te e sinto o vento a remexer nos meus cabelos e a tocarem na tua cara, na tua barba semi-feita. Sinto o teu riso. Como sinto saudades do teu sorriso em mim! A areia pica-me nas palmas do pé e quase invejo-te pela coragem que tens em entrar dentro daquela água gelada. Mas rio a ver-te entre as ondas, em cima daquela prancha. Se fechar os olhos, sinto o sabor a mar dos nossos beijos, sinto a tua língua salgada e doce de amor. E se voltasses? Acho que também te fazes essa questão... Seria isso o que eu mais quereria: voltar? Mas o mar não volta, é o que eu penso, quando não deixo este coração partido escrever. E por muito que queira, não consigo fazer aquelas memórias voltar mais do que faço quando fico aqui a fechar os olhos. Meu querido e mais que querido Tiago, será? A linha do horizonte ainda está lá, mas eu sei que não é a mesma, e sei que mesmo que fosse, tu e eu já não somos iguais.
(Ps. Espero por ti. Apesar disto, espero sempre por ti.)

London Grammar - Wasting My Young Years

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