9.7.22

 Ainda me lembro das primeiras palavras que te escrevi. Ainda me lembro do sentimento que tinha em mim quando te vi pela primeira vez. E hoje imagino-te tal e qual como nesse dia, como se passasses pela rua por mim naquela primeira vez. Gostava de te agarrar na mão e trazer-te para a minha vida, mas sinto que não consigo. Sinto-me perdida num mar gigante que outrora soubemos nadar. Sinto-me a afundar dentro da minha própria água, no meu próprio corpo. Sinto-me perdida pelas estradas que já fizemos, sem saber se é por aqui que devo ir. Se me perguntares como é que estou, dir-te-ei que "bem", que "vou indo", que temos que andar para a frente. E se eu respondesse o que eu realmente sinto? Ou seja, que me sinto perdida e nem sei para onde estou a caminhar. Nem bem, nem mal, simplesmente perdida, confusa e a ficar assustada. Já me conheces, pois já me viste assim. Retificando, já me sentiste assim. Por isso é que gostava de te voltar a ver para te agarrar a mão, para me agarrares, para segurares em mim. Crescemos juntos, mas sinto falta de ti (mim). Porque para a frente nem sempre é caminho. Porque não saber para onde vou não é melhor que andar às voltas. Porque estar parada pode ser melhor que andar. Porque estares comigo, isso sei que sim, é sempre o melhor para mim.

Olá Solidão - Os Quatro e Meia