25.4.15

Acho que me perco sempre que fecho os olhos. Parece que te tenho aqui, outra vez, ao pé de mim! A cama nunca me pareceu tão macia como hoje de manhã.Os lençóis, os abraços matinais e frescos, os braços entrelaçados e os sorrisos tímidos. Conto os minutos para te ter de novo, aqui, amanhã. Não acordar contigo parece-me ser pecado maior do que contigo acordar. Parece que sinto a tua barba a picar-me o pescoço e os beijos na bochecha realçada. É amor o que isto sentimos. Não sei. Não quero pensar. Quer dizer, só quero sentir. Mesmo que isso implique pensar em ti. Amanhã voltas? Espero que sim. Ter-te tão longe de mim é crime, Tiago! Ter-te tão longe de mim não faz sentido sentir. Nem faz sentido o que escrevo. Nem faz sentido pensar sequer se isto é amor. Amor é ter-te perto de mim, oh se é! Amor é aquilo que penso quando mo dizes só a mim. Desculpa! Amor é o que sinto quando mo mostras só a mim.

Para o Tiago. Que está longe. Mas sempre perto. (E cada vez mais real...)
Susana, Marco de Canaveses, fins de Abril de 2015.

Afinal, ainda existe um sentido para se amar alforrecas. Para ti D.

2.4.15

Hoje perguntei-me a mim mesma o que queria. Estava a ver antigas fotografias do mar e todas elas me davam a sensação de querer mas de não conseguir e eu perguntei-me se realmente era isso que eu queria: querer mas não conseguir. Eu não estou bem. Volto sempre a este ponto inútil de partida que me dá dor e sufoca mas não é suficiente para faltar o ar mas deixa-me neste semi-coma, semi-nada. O calor daqueles dias, mesmo no Inverno, é o que eu sinto em cada brilho do mar. Parece que se fechar os olhos, sinto-te. Se continuar a imaginar-te, parece que te sinto mais do que fisicamente conseguiria sentir. É estranho, não é? Sinto-te e sinto o vento a remexer nos meus cabelos e a tocarem na tua cara, na tua barba semi-feita. Sinto o teu riso. Como sinto saudades do teu sorriso em mim! A areia pica-me nas palmas do pé e quase invejo-te pela coragem que tens em entrar dentro daquela água gelada. Mas rio a ver-te entre as ondas, em cima daquela prancha. Se fechar os olhos, sinto o sabor a mar dos nossos beijos, sinto a tua língua salgada e doce de amor. E se voltasses? Acho que também te fazes essa questão... Seria isso o que eu mais quereria: voltar? Mas o mar não volta, é o que eu penso, quando não deixo este coração partido escrever. E por muito que queira, não consigo fazer aquelas memórias voltar mais do que faço quando fico aqui a fechar os olhos. Meu querido e mais que querido Tiago, será? A linha do horizonte ainda está lá, mas eu sei que não é a mesma, e sei que mesmo que fosse, tu e eu já não somos iguais.
(Ps. Espero por ti. Apesar disto, espero sempre por ti.)

London Grammar - Wasting My Young Years