30.1.11



Vou cortar o cabelo como ela, qualquer dia.
Sonhei contigo. Estavas sentado no banco ao lado da porta e eu, que tinha acabado de chegar de não sei bem de onde, com os meus amigos, fui sentar-me ao teu lado. Abraçaste-me, como se não quisesses me largar nunca. Mas, de repente, tiveste que ir embora. Prometeste-me que voltavas e eu, como apaixonada, esperei. O tempo passou, passou muito tempo, e eu fui à tua procura no meio das pessoas. Chegaste preocupado, explicaste as razões da demora, levaste-me para as escadas. Eu no degrau de cima, tu no degrau de baixo. Beijaste-me. Beijaste-me um beijo tão sentido que fique a senti-lo mesmo depois de acordada.
(E agora? Estou sempre a dizer-me que não posso, que não podemos, não por ti.)

29.1.11

Vou secar o cabelo. Hoje vou a uma exposição e quero sentir-me bem.

9.1.11

Tenho de arranjar tempo, muitooo tempo, para ver muitos filmes, muitoooos filmes.

2.1.11

não me lembro muito bem do que se passou ontem. a memória falha-me, o estômago aperta, o que comi sobe. engulo. não vou esforçar-me para perceber-te, isso exige muito de mim, o qual não mereces. deduzo a partir das falhas da cassete. foi na cama que te vi. pouco sóbrio e verde, sim verde. ou era amarelo? cruzo as pernas, pouso a cabeça. havia sangue e mordidelas no teu corpo. havia mãos presas ao que dizes ser o teu corpo, o corpo de um demónio, digo eu. a quantidade de comprimidos já era tanta que o riso abafava-me as vias respiratórias, os pulmões, mas não o coração. não és de drogas, dizes que há outras maneiras de subir a adrenalina. não entendo a sede por cabelos loiros e batons rosa fluorescente mas nem tu próprio a sacias como deve ser. esperava perdoar-te, mas como disse, isso exige muito de mim, o qual não mereces. joana

1.1.11

Tiago.
27 de Março de 2010.
Não gosta de camarões.
Gosta de mostarda. Gosta de andar de skate. Gosta de andar de comboio (comigo).
Anda sempre com uma moeda do avô, quando esteve na guerra das colónias em África, no bolso.
Está a estudar para ser (um grande) arquitecto.
A mãe, Dona Catarina, é um doce de mulher,
Cabelo gigante, aos caracóis, acompanhado de barba. Agosto, rapou tudo.
Verão: festivais com o grupo, festivais com o grupo, noites e festivais com o grupo, eu.
Não é de fazer amigos.
Pratica bodyboar.
Obriga-me a ir à praia, de madrugada, com ele, para ir praticar bodyboar (o resto é segredo).
Signo escorpião.
Família Alentejana.
(...)
Os dedos dele cheiram a carvão.
Tiago José.
Neto predilecto dos avós.
Quer ter um cão, comigo. Tem animais (quinta). Mas quer ter um cão comigo.
Tem uma marca no pulso esquerdo.
Quando tinha 5anos foi atropelado.

(Até agora, pouco mais. Há quem entenda.)