7.9.17

Lembro-me de tocares na minha mão. Lembro-me de tocares na minha mão, de a abraçares como se fosse tua. Lembro-me de sentir o suor na palma da minha mão e de esboçar um sorriso sempre que as nossas mãos escorregavam. Iria jurar que ficavas ainda mais aflito sempre que isso acontecia. Não, juro que sim. E lembro-me de sentir o meu peito cheio, com vontade de sorrir pela rua fora, agarrada à tua mão. Se queres que seja sincera, não me lembro do conteúdo da tua conversa, mas sei que a tua voz parecia ser a melhor melodia que alguma vez alguém conseguiu compor. Eu sei que sim. E descemos a rua assim: de mãos dadas, de sorrisos dados, de ouvido e boca dados. Porque é assim que eu fico: uma criança a ouvir a história do dia, uma mulher a ouvir o concerto da noite. E é assim que tu me deixas. E isso não preciso de me lembrar, porque o sinto todos os dias. Pelo menos sempre que me lembro, o meu coração cresce no peito. Achas isso possível? Eu acho. Contigo acho que tudo é possível. Não, tenho a certeza que sim.

Salvapantalhas - Loco