No Sound But the Wind - The Editors
4.4.14
Já não te via há algum tempo, não é? Senti-me tão longe de ti. Não sei caracterizar este sentimento de bom ou mau, apenas sei que foi longa a noite. Conversar nunca foi o nosso forte. Acho que poderíamos ter ficado a noite a falar, sentados no sofá de cá de casa. Contares-me-ia como tem sido a faculdade, os últimos projectos e o início dos trabalhos e dos mercados. Estás um senhor. Deixaste crescer o bigode. Os beijos foram longos e custosos, porque o amor e a saudade agora magoam quando voltas sempre no meu coração a entrar. As tuas mãos tinham tinta, marcaste-me como nunca tinhas antes marcados. Os beijos longos na cama, as mãos dadas e as peles frias encostadas. Desabotoei-te cada botão da camisola, senti cada botão nos meus dedos, como se nunca mais contigo fosse estar. Senti as lágrimas a correrem-me na garganta, enquanto as tuas mãos tocavam nas minhas costas e me beijavas os ombros. Acho que nunca te amei tanto de forma tão magoada como nesta noite. Entreguei-me sempre a ti, sem nenhum arrependimento, mas desta vez não me quis mais magoar. As marcas são sempre grandes, as últimas cicatrizes nunca sararam e ficar a esperar por ti, depois de sempre o último suposto adeus, é extenuante. O nosso amor cansa-me. O nosso amor marca-me e deixa-me exausta. Quero amar-te sem nenhum limite, mas os limites fariam de nós o amor eterno que eu preciso, sem feridas por sarar. Quero-te que queiras-me como eu te quero a ti. E poderia esperar por ti a sonhar quando irias chegar. As esperas no café, as mãos a taparem os olhos e as surpresas. Quero voltar à nossa rotina do amor, sem limites de horas ou de amor ou de cama. Quero ser tua como sempre tu quiseste. Vais voltar? Daqui a quanto tempo? Diz-me. Mesmo se a ferida não sarar, eu faço-a não ter significado. Eu faço o amor não viver. Eu faço-o. Eu faço-o sem ti.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário