14.11.13
Se visse os olhares que trocamos, parecia um verdadeiro filme de amor, em que nós eramos as personagens principais. Amor era o que os teus lábios queriam ao querer os meus e os nossos olhos não conseguiam resistir-nos. As tuas mãos estavam na minha anca e os teus dedos amarrotavam a minha camisola devagar, arrepiando a minha pele. Tinhas as mãos frias, mas eu não me importava. As tuas mãos frias combinavam com as minhas borboletas na barriga. Sentia sempre um aperto, e tu sabias que o meu medo era maior que o nosso amor. Perder-me em ti nunca soava bem visto na terceira pessoa. O amor troca-nos a mente e a linha por onde nos deixámos conduzir. Mas tu agarravas-me e eu não conseguia dizer que não. O meu corpo seguia o teu, as minhas mãos seguiam os traços do teu rosto, sentiam os pequenos pelos de barba por fazer e de rebeldia e preguiça de noites de trabalho em carvão. Não me davas espaço, tinha de ser tua no teu espaço, caber em ti, caber no teu amor. Preenchia a tua vida e tu as minhas palavras. Sempre que te agarrava na camisola era um pretexto para tu a tirares. Os espasmos dos teus músculos era grandes quando arrepiados ficavam da minha temperatura. Consegui ser sempre mais fria que tu. Não fazia sentido ser ao contrário. Aliás eras tu quem me protegia dos meus medos e me libertava de todo o amor que me prendia a ti. As tuas mãos grandes a desenharem o que já não havia mais para definir em mim. As curvas ao longo de um corpo que desejava-te a ti apaixonadamente. Os meus beijos. Os teus beijos. Amor puro e nu debaixo das folhas que caiem neste Outono. Os teus braços amarram-me, prendem-me e juram amar-me para sempre. Os meus braços, perdidos de amor, prendem-se aos teus e acreditam que nunca mais os largarás. O meu amor era teu. As minhas palavras eram tuas. E continuo-te a escrever sempre, com todo o meu amor. Com todo o teu amor. Volta com ele e devolve-mo por favor. Debaixo das folhas só resto eu, sem saber onde devo saber mais. Volta, sem ti ou com ti, mas volta com o meu amor.
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