15.10.13

Não consigo definir o que sinto mais por ti. Deixaste marcas graves em mim e apaga-las só faria com que eu não me sentisse mais eu. Faria com que eu me perdesse mais do que já me sinto sem ti. Faria com que o que me define mais deixasse de o definir e eu deixasse de ser eu. Fazes-me falta. Nos dias e nas horas que o tempo me trás sem ti e acaba por levar sem repostas novas.
Perco tempo eu pensar em ti, mas parece que nada daquilo que eu faça trás-me de volta o amor puro e generoso que era o nosso. Por muito que tente criar novas formas de te encontrar em mim e volte a escrever novos enredos, tu apareces e depareces, como se fosse normal eu amar-te dias sim e dias não. E eu não quero amar-te dias sim e dias não. Quero amar-te sempre, meu amor. 
Trás-me flores de novo. Entra pela porta e trás-me flores novas todos os dias novos. Flores amarelas, vermelhas, laranjas, túlipas. Despe o casaco enquanto ainda os meus dedos tocam a tua pele e te beijam. Despe-o outra vez e outra vez. Diz-me que me adoras de novo, todos os dias, como se fosse sempre a primeira vez. Sinto falta do carvão a sujar-te os bolsos e a pintar o meu coração. Desenharias sempre mais e mais novos contornos à volta da nossa história, como se fosse infinita, não desenharias? Leva-me a novos sítios, a novas praias, em novos dias, durante as nossas vidas. Sê para mim o velho Tiago sempre que os dias forem novos. 
É na esperança de cada novo amanhecer que te espero Tiago. Todos os dias. Uns dias amando-te mais e noutros dias menos. Alguns dias não te amando de todo. No entanto, os novos dias parecem surgir sempre com um novo amor, um novo amor que é sempre velho, o meu amor por ti.
Deixa-me ser novamente para sempre,
Da sempre tua.

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