Há muito que te quero escrever, mas não sei como começar. Começo por pensar em ti, no teu rosto, no teu sorriso, nas tuas expressões, mas não consigo definir o que te quero dizer nem como te quero dizer isto. Sinto saudades de te escrever, de esvaziar a minha mente e de lavar-me das velhas emoções. Não quero esquecer-me, não é isso. Só acho que este velho processo me ajuda a crescer e a pensar na vida, nas pessoas, nos afetos e nos sonhos. (E até porque acho que tu és inesquecível e até mesmo insubstituível.) Foste desenhado com traços demasiados familiares para me despedir para sempre de ti. O carvão da lapiseira deixou uma marca na minha pele, pequena mas tua. Esvaziar-me em ti ajuda-me nesta procura insaciável de mim mesma, ajuda-me a discernir sobre a vida, as pessoas, os afetos e os sonhos. Quando reparo demasiado nas expressões, nas cores, nas palavras, às vezes torna-se cansativo segurar em todos estes pensamentos. E às vezes quero esquecer-me de todos eles, mas menos de ti. És um dos processos mais bonitos do meu crescimento. Deixa-te estar aqui, comigo. Lava-me das angústias e das mágoas e dá-me amor, como sempre deste.
E este para sempre tem (já) uma década. Desde a tua barba castanha, aos teus olhos meios verdes; desde o teu sorriso atrevido, às tuas expressões corporais meigas; desde a tua boca salgada, às tuas mãos molhadas; desde os teus desenhos, aos teus passeios; desde o que é teu até ti; desde o que é meu e te criou a ti.
Cherry Wine - Hozier
Sem comentários:
Enviar um comentário